Para que aconteça a aprendizagem de novas informações é necessário que ocorra a junção de dois grupos fundamentais que movimentem e coordenem todo este processo: a emoção e as funções executivas. Sabemos que o nosso cérebro está em constante atividade e, estas tarefas, são elaboradas, interpretadas e significadas por diversas áreas desta brilhante “máquina de pensar”.
Este trabalho desenvolvido pela captação, interpretação e reconhecimento de estímulos depende de fatores como: o ambiente estimulador e facilitador para se estar em contato com elementos atrativos e que gerem espaços atencionais (que despertem a motivação para ser apreendido), de funções executivas atuando na organização destes dados recebidos (são elas o planejamento, a organização, ordenação em sequência, interpretação e reconhecimento) e da maturação destes elementos (que influenciam diretamente na capacidade em lidar com esses dados).
Mas e quando ocorre uma determinada dificuldade de aprendizagem?
As dificuldades podem estar ocorrendo quando o ambiente não está interagindo com as capacidades e habilidades do próprio sujeito, quando existem fatores emocionais (diretos ou não) que criam bloqueios para este fluxo de reconhecimento de informações, quando existe alguma questão biológica emergente ou mesmo uma questão funcional de trabalho de determinadas áreas cerebrais. Por exemplo, o lobo frontal faz a leitura indutiva de uma palavra e já prepara a ação que será desencadeada a seguir, o lobo parietal categoriza e diferencia elementos e está diretamente ligado a habilidades matemáticas e aritméticas, o sistema límbico está relacionado à memória que está relacionada diretamente a conteúdos que precisam ser evocados futuramente.
Isso significa que o cérebro precisa de uma atividade sistematizada para aprender novos conteúdos! E isso depende de uma série de outros fatores relacionais!
Sendo assim, desenvolver as habilidades destas atividades não depende apenas de um aparelho que deve nascer pronto para exercer tais tarefas. O aluno necessita de cuidados, atenção, observação para uma melhor análise sobre o seu funcionamento e encadeamento de ideias, de afeto, de reconhecimento e de estimulação. O grande desafio no atual sistema educacional é permitir que o aluno busque parte desse movimento de forma independente (de acordo com as suas curiosidades e potencialidades) e isso não significa que ele estará sozinho. A neurociência voltada para a educação não indica a orientação para que todos se transformem em sujeitos autodidatas. Pelo contrário, a neurociência entende que o indivíduo deve estar em constante atuação com o meio externo, uma vez que este precisa estar monitorando, compreendendo, estimulando e direcionamento caminhos que possam fazer com que cada pessoa atinja sempre o seu potencial máximo de aprendizagens, demonstrando suas melhores capacidades e habilidades dentro de contextos que lhes forneçam cada mais vez conteúdos significativos que possam gerar ações conscientes e de grande valor para si e para as outras pessoas com quem possam vir a interagir!