Treinos cognitivos: Atividades que exercitam o cérebro

Por: Samanta Cremon

Você sabia que muitas crianças e adolescentes que apresentam problemas de aprendizagem relacionados à escrita, leitura e competências matemáticas não possuem exatamente defasagem em conteúdos de séries ou ensinamentos prévios? Pois é, as áreas dos nossos cérebros precisam ser estimuladas para que consigam organizar e dar conta das novas informações que são captadas e recebidas através do ambiente externo. Isso mesmo, são processos diferentes que disparam caminhos conjuntos.

Captar e receber uma informação? Qual é a diferença?

A captação está relacionada com reconhecimento sensorial de um determinado estímulo (som captado pela audição, definição de imagem pela visão, sensação do que toca a pele através do tato). Todos esses dados são captados por nossos órgãos dos sentidos e são encaminhados até o cérebro onde ocorrerá a sua “interpretação”. E é neste momento que ocorre a percepção destes elementos, onde temos o julgamento, a associação e o reconhecimento do que está acontecendo (identificar que um pássaro está cantando, que uma vela está acesa, que está frio em um determinado lugar etc). Algumas percepções são consideradas gerais (uma mesma opinião para um grande grupo de pessoas) e outras específicas (cada um pode ter uma ideia particular sobre um determinado evento).

E o cérebro precisa estar preparado para trabalhar desta forma?

Pois é, isso não acontece por um passe de mágica! Todo esse roteiro de funcionamento está relacionado com uma grande organização de trabalho. Imagine esse cérebro como se fosse um fosse um computador que realiza várias tarefas simultaneamente. Cada atividade que é solicitada a este equipamento, ele precisa identificar o seu pedido, procurar uma ferramenta adequada para te atender e, finalmente, te apresentar uma resposta se foi possível ou não fazer o que você havia pedido. Parece simples, mas esses três passos (ENTRADA – PROCESSAMENTO – SAÍDA) requer muitos passos para que sua sequência seja atendida.

Em termos técnicos, nossa função cerebral está relacionada com elementos cognitivos, sensoriais, motores, emocionais e sociais. Cada um tem a sua importância e a aprendizagem depende da sincronia de todos esses itens.

E quanto às atividades diferenciadas de treino cerebral? O que elas devem exercitar?

Em linhas gerais, ela deve estimular o processo atencional do indivíduo, sua velocidade de processamento de informações bem como tomada de decisões por analogias, o controle inibitório que irá privilegiar a função pensamento e não atitudes impulsivas para se livrar rápido de uma determinada tarefa, a memória que é uma caixinha de armazenamento que está diretamente relacionada com a função atencionais e nosso sistema emocional – afinal lembramos com mais facilidade de coisas que gostamos do que não gostamos, orientação espacial e temporal uma vez que nosso dia a dia é pautado por uma rotina e a sequência de fatos e ações fazem toda a diferença para a nossa organização tanto pessoal quanto prática no desenvolvimento de nossas atividades cotidianas, habilidades motoras para a realização de ações precisas, orientadas e pré-definidas em um planejamento idealizado, capacidade de raciocínio abstrato, linguagem, flexibilidade intelectual visualizada pela mudança de critério ou novas decisões a serem tomadas quando uma determinada atividade já está em andamento (lidar com imprevistos, por exemplo), raciocínio aritmético que está diretamente relacionado a conceitos de conservação, classificação e seriação e muitos outros dados.

Como a InfoApren consegue trabalhar com todas essas coisas ao mesmo tempo?

As atividades são específicas por área de trabalho. Desta forma é possível contemplar um determinado tema e exercitar a capacidade da criança em elaborar esses treinos cognitivos de uma forma lúdica e direta. Além do próprio aprimoramento acadêmico, em geral, existe a preocupação e o direcionamento de atividades que estimulam o raciocínio e a atuação mais específica de determinados elementos que estão presentes neste caminho de condução da chegada, interpretação e entendimento real de uma nova aprendizagem a ser adquirida.